Riscos de utilizar o Whatsapp na comunicação corporativa

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É perceptível e notória a utilização em massa do WhatsApp no dia a dia das corporações brasileiras.  

Com o propósito de agilizar comunicações e ganhar eficiência operacional, profissionais de qualquer patente (desde diretoria ao nível mais operacional) utilizam indiscriminadamente o WhatsApp (principalmente na funcionalidade “grupos”) para suas atividades de trabalho. Em muitos casos, inclusive, esse tão prestadio meio de comunicação é listado como canal oficial de comunicação com as empresas, seja no modelo B2C (Business 2 Consumer) ou B2B (Business to Business).

Não há qualquer tipo de discussão quanto a eficiência desse meio. No entanto, cabe a indagação, neste estudo, sobre possível negligência quanto ao dever fiduciário do gestor, administrador ou empresário à frente da operação daquela área ou empresa quando determina ou é conivente com o uso do WhatsApp para assuntos corporativos.
Ora, mas a criptografia fim a fim não acabou de transformar a plataforma numa das opções mais seguras de comunicação? Da mesma forma aqui se recorda que sem o devido exame pericial é impossível afirmar que o conteúdo das conversas não é gravado em nenhum lugar, também é importante ressaltar alguns pontos relevantes, sem aprofundamento jurídico – pois não é a área de expertise do autor. Vejamos:
  • Os servidores do WhatsApp supostamente ficam nos EUA.
  • Se o aplicativo atualmente é de graça, há relação de consumo? Se sim, com quem? Com a loja de aplicativos ou com o próprio WhatsApp?
  • Os termos de uso do WhatsApp não mencionam uso corporativo, porém mencionam o uso pessoal. Será que o uso profissional invalida as proteções que ali figuram?
  • O fato do aplicativo ser disponibilizado gratuitamente após a aquisição pelo Facebook de alguma forma enfraquece os direitos dos usuários, principalmente num cenário puramente cibernético e internacional?
  • Se não há relação formal de consumo, como responsabilizar o WhatsApp, caso esse realmente esteja capturando o conteúdo das comunicações?

Enfim, cabe a cada administrador ponderar o risco de submeter informações sensíveis de seu negócio a uma plataforma com essas características. A medição e mitigação desse risco, juntamente com o desenho de uma estratégia de segurança operacional é uma das especialidades da Ventura Academy e Ventura ERM, pois entende-se que adoção automática dessas plataformas, mesmo que na melhor das intenções, podem eventualmente causar impactos irreversíveis para o negócio. Os tempos são inovadores e os desafios também. E não há oportunidade sem ameaça, portanto é sempre vital ficar de olho na ameaça ao pular de cabeça em novas oportunidades, mesmo que essa aumente a eficiência operacional.

Autor: Domingo Montanaro, Perito em TI e Co-fundador da Ventura Academy.